Pausa para o cigarro

“Comendo carne, o indivíduo participa indiretamente da morte de um ser vivo que, se lhe fosse dado o poder de escolha, certamente iria resistir e fugir. No caso do alimento vegetal, a pessoa come um fruto destinado a ser consumido pelos animais.”

Afinal, será mesmo que comer carne é essencial? Já fiz tanta essa pergunta que não sei nem mais responder. Foram muitas matérias, conversas e reportagens que li falando sobre o vegetarianismo. Eu sempre tive esse vontade, mas ela se intensificou depois que conheci minha flor, a Nitia Lila. Ela trabalhava comigo na Chilli Beans, e no começo do ano voltou pra São Paulo. E olha que eu não gosto de nenhum tipo de verdura, legume e cia! Mas com ela era divertido! Ficava brincando e ao mesmo tempo, a gente ia a locais que vendessem comidas que não tivessem nada com carne. Eu ficava alucinada no poder de controle que ela tinha com os seus sentidos! Sempre admirei. E um dia ainda vou conseguir o/ Sempre quando leio algo sobre isso, eles dizem que pra você ser vegetariana, tem que aprender a cozinhar (claro que não é obrigada, mas sabendo cozinhar você tem um mundo de cardápios só pra você) e eu pouco sei. Fico também meio confusa por que vou ter que decidir se compro ou não determinados alimentos, e todos daqui de casa são carnívoros… e isso é mais um obstáculo.

Na faculdade, semestre passado, assisti o filme Geração Fast-Food. Muito bom para aquelas pessoas que estão nesse caminho de tirar a carne do cardápio. Desde esse dia fico pensando… mas o que tenho mais raiva é que eu sempre “penso” sabe? e não mudo. Mas agora vou tentar expor por aqui também a minha “luta” rs. e olha que vai ser uma luta mesmo! Nitia me deixou… :( beem que ela poderia estar aqui, né flor? ;)

A possibilidade de viver uma vida harmoniosa, livre das toxinas que causam a ansiedade e a tensão, inevitavelmente nos faz levar em consideração a dieta – em especial, a questão do vegetarianismo. Desde criança, instila-se nas pessoas a crença de que a carne é essencial, parte da dieta balanceada, necessária para a boa saúde e o bem-estar. No entanto, é evidente que milhões de indivíduos levam uma vida plena e vigorosa sem nunca terem provado sequer um pedaço de carne. A pessoa que está ponderando sobre essa questão dietética básica logo se defronta com uma avalanche de argumentos e contra-argumentos conflitantes. Quando condensados em sua forma essencial, os argumentos a favor do consumo de carne se baseiam na questão da “necessidade dietética”, enquanto os contra-argumentos têm por base a nocividade das toxinas encontradas na carne e a resistência emocional para matar um ser animado para obter alimento.

A primeira pergunta que deve ser feita quando se pensa em dieta é: por que comer, afinal? A resposta, de início, parece óbvia – comemos para viver. Mas veja os casos bem-documentados de iogues que não tocaram em qualquer espécie de comida ou bebida durante anos a fio. A bem da verdade, é preciso acrescentar que esses raros indivíduos passam o tempo todo imóveis, sentados num estado de meditação profunda.

O alimento fornece combustível para o organismo quando este está ativo. Enquanto a pessoa precisar realizar ações físicas no mundo, o alimento é necessário para restaurar a energia consumida nesse processo de desempenho do papel cármico. O movimento gasta energia e o alimento dá energia.

Especificamente, o alimento é energia química introduzida no organismo a fim de fornecer glicose, que nutre as células, e determinadas substâncias químicas necessárias para construir e sustentar os tecidos vitais. E já que nenhum alimento que forneça todos os nutrientes exigidos pelo organismo está disponível o ano todo, precisamos selecionar aqueles que satisfazem as necessidades do nosso sistema orgânico individual.

A natureza da carne – A carne é um alimento morto, em geral há muitos dias, quando chega aos balcões dos frigoríficos dos supermercados. Na maioria dos casos, são acrescentados conservantes (um eufemismo para os produtos químicos que matam os microrganismo que, do contrário, se desenvolveriam na superfície da carne morta) e corantes (para disfarçar a cor marrom que a carne assume quando começa a deteriorar).

Além disso, a energia vital abandona o organismo no momento da morte, deixando para trás apenas substâncias químicas inertes. O alimento morto, incluindo todas as frutas e vegetais em conservas, tem uma natureza tamásica. Por outro lado, frutas e vegetais frescos contêm energia viva. As sementes desses alimentos podem germinar e crescer.

O alimento permanece no organismo humano durante aproximadamente um dia, até ser eliminado. Assim, com o consumo de carne e enlatados, a energia inerte, já algum tempo morta, é acrescentada ao organismo, no qual ainda permanecerá mais um dia.
Este texto é um excerto do capítulo 7 do livro Dhanwantari – Um Guia Completo Para uma Vida Saudável Segundo a Tradição Ayurvédica, de Harish Johari, publicado no Brasil pela Editora Pensamento. Tradução: Merle e Melania Scoss.

http://www.terra.com.br/planetanaweb/342/transcendendo/corpo/ser_vegetariano.htm